Plano Estadual de
Recursos Hídricos identificou cenário em longo prazo, baseado na realidade
atual da região
Se continuar poluindo e consumindo como atualmente, em dez
anos a região sul catarinense provavelmente não terá água suficiente para
cobrir a demanda de todos os setores das Bacias Hidrográficas do Rio Araranguá
e Urussanga. É o que confirmou, até agora, o Plano Estadual de Recursos
Hídricos, em sua segunda fase de produção.
Estes dados foram apresentados e debatidos em encontro nesta
quarta-feira, 12, em Araranguá. “Basicamente, se nada for feito para preservar
e recuperar a água que temos, em dez anos já serão registrados conflitos por
conta da disponibilidade do recurso, que não será suficiente para todas as
áreas de produção e consumo. O estado crítico que já é sentido pode piorar, e,
sem dúvidas, há risco real de faltar água”, alerta o engenheiro sanitarista
ambiental e gerente do Plano de Recursos Hídricos, Vinicius Ragghianti.
Há tendência, também, de que até 2023 o setor industrial
seja o responsável pelo maior aumento da vazão de retirada de água em Santa
Catarina. “Sem esquecer que o maior consumo continuará sendo do setor da
irrigação, com 45% do total consumido. Em geral, toda Santa Catarina apresenta
um cenário crescente de demanda pela água para a maioria dos setores usuários,
e, por isso, evidencia-se ainda mais a necessidade de criação de políticas
públicas de preservação”, argumenta Ragghianti.
A próxima e última fase do Plano Estadual de Recursos
Hídricos é, justamente, montar um Plano de Ações a ser executado pelo Poder
Público, visando à preservação e recuperação dos recursos hídricos para o
futuro. “Desta forma, torna-se cada vez mais importante a participação das
entidades e sociedade civil no Comitê de Bacias, para que, juntos, possamos contribuir
para a criação dessas medidas, melhorando a realidade da nossa região”,
ressalta o presidente do Comitê Araranguá, Sérgio Marini.
A ação desta quarta-feira foi realizada pela Secretaria de
Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Fundação CERTI e Comitê da Bacia
do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba.
Francine Ferreira